Imea revisa dados para cima e boa produtividade nas lavouras eleva produção do cereal no estado
?O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) revisou a estimativa de produção e produtividade da segunda safra de milho em Mato Grosso e a previsão é que o estado colha 14,2 milhões de toneladas do cereal. O volume é 8,4% superior ao último levantamento de safra realizado pelo Instituto, que previa inicialmente 13 milhões de toneladas de milho para Mato Grosso. E mais que o dobro da safra colhida no ano passado, que foi de 6,9 milhões de toneladas.
Este incremento nos números ocorreu em razão da boa produtividade nas lavouras colhidas até o momento. Dos 2,5 milhões de hectares plantados nesta safra, a colheita já alcançou 50,3% do total e a média de produtividade passou de 87 sacas por hectare para as atuais 94 sacas/há, aumento de 8,0%.
Em algumas regiões, como, por exemplo, Sorriso, que tem a maior área plantada no estado, a média de produtividade nas lavouras tem sido em torno de 100 a 110 sacas por hectare. "É importante destacar que estamos analisando a produtividade do milho de alta tecnologia, a partir de agora começa a ser colhido o milho de média tecnologia, o que pode vir a reduzir o potencial de produtividade", destacou o analista de grãos do Imea, Cleber Noronha.
Devido à movimentação especulativa de algumas empresas nos últimos dias, os preços voltaram a reagir. De acordo com o produtor rural e delegado da Aprosoja em Sorriso, Márcio Giroletti, houve negócios em torno de R$ 17,00 a R$ 19,00 a saca, mas voltado ao mercado externo. "A comercialização no mercado interno ainda está tímida e com a seca nas lavouras americanas a tendência é o mercado internacional demandar mais milho para exportação", afirmou Giroletti.
Além dos preços, o produtor em Mato Grosso está atento à questão da logística para escoamento da segunda safra. Segundo o presidente da Aprosoja, Carlos Fávaro, já é grande a movimentação de caminhões nas estradas e a tendência é aumentar ainda mais. "Até a segunda quinzena de agosto, quando nos aproximamos do final da colheita, teremos algo em torno de 70% do milho comercializado. Sabemos que Mato Grosso tem um déficit de armazenagem, mas com este percentual de milho vendido, teoricamente, não teríamos problema de armazenagem, pois o que já está vendido seria retirado e daria fluxo nos armazéns", destacou Fávaro.
Porém, a logística de transporte é, como sempre, um dos principais limitantes, muito mais do que a capacidade estática de armazenagem. "Estão se aproximando aqueles dias temidos de vermos caminhão em cima de caminhão nas estradas. E isto pode sim colocar em xeque a capacidade de armazenar a safra de milho no estado e poderemos ter milho a céu aberto em Mato Grosso", alertou o presidente da Aprosoja.
COLHEITA – A colheita de milho segunda safra 2011/12 em Mato Grosso ultrapassou a metade dos 2,5 milhões de hectares e chegou aos 50,3%. A região médio-norte é que lidera os trabalhos no campo, com 58,1% de uma área de 1,2 milhão de hectares já colhido. Destaque para os municípios de Sorriso e Vera, onde até o final da semana passada tinham colhido 60% da segunda safra.
O nordeste do estado é a segunda região com maior percentual de área colhida. São 52,7% de uma área em 126.650 mil hectares.
Aprosoja