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Preço alto do trigo é quase proibitivo para indústria de ração

17/08/2012 08:08
LONDRES (Reuters) - Os preços crescentes do trigo podem ficar tão altos que os produtores precisarão reduzir seu uso para ração animal, dando a eles poucas opções para alimentar o rebanho num período em que milho e soja já estão caros, disseram analistas e traders nesta quinta-feira (16). O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos estima que os estoques globais em 2012/13 devem cair 6 por cento ante o ano anterior para a mínima de quatro anos de 177 milhões de toneladas. Os preços do milho subiram 50 por cento e da soja cerca de 20 por cento nas seis semanas encerradas no final de julho em meio à onda de calor e seca que atingiu os Estados Unidos. Os preços do trigo seguiram os do milho e subiram 50 por cento no mesmo período, o que já atingiu as indústrias de ração e os criadores. "Os preços de trigo para ração devem subir mais rápido do que o de moagem, uma vez que a colheita da UE está completa", disse James Dunsterville, analista da consultoria Agrinews, com sede em Genebra. "Se tivermos clima seco e quente na Austrália, não apenas veremos uma redução na produtividade e consequentemente na produção, mas também normalmente o clima seco significa boa qualidade, portanto pouco trigo para ração. Como está, não há muito trigo para ração, com a melhor qualidade das safra do Mar Negro". Os importadores de trigo para ração estão preocupados quanto à queda na produção em exportadores como Rússia e Austrália e quanto ao potencial de cereal com qualidade para indústria de alimentos em tradicionais exportadores de trigo para ração, como Ucrânia e da região dos Balcãs. A possibilidade de restrições às exportações pela Rússia, que em anos normais é o terceiro maior exportador de trigo, podem esgotar ainda mais os estoques globais. Em 2010, a Rússia proibiu a exportação de trigo por quase um ano depois que uma seca severa reduziu drasticamente sua produção. (Reportagem adicional de Polina Devitt e Melissa Aikin em Moscou, Ivana Sekularac em Amsterdã e Pavel Polityuk em Kiev) Reuters Autor: Por Sarah Mortimer