Colheita está bem avançada e preços reagem com anúncio da quebra de safra americana
Os produtores de milho em Mato Grosso do Sul já estão com 65% da área colhida no estado, segundo estimativa da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso do Sul (Famasul) feita até sexta-feira passada. Em alguns municípios, a colheita já está quase finalizada, como Chapadão do Sul, na região norte, com 95% dos trabalhos concluídos.
Em Mato Grosso do Sul, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a estimativa é de produção de milho no ciclo 2011/2012 é de 5,621 milhões de toneladas, 80,44% a mais que os 3,115 milhões produzidos na safra anterior. A área plantada é de 1,176 milhão de hectares, alta de 24,2% em relação a 946,8 mil ha da safra passada.
O setor está aproveitando a alta no preço da saca, que mantém-se no patamar de R$ 26 em média. O aumento do valor negociado é reflexo direto da quebra da safra do milho nos EUA, produção que foi drasticamente afetada pela intensa seca.
O que estava sendo projetado e já influenciava no mercado foi oficialmente divulgado no último dia 10 de agosto. Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) a quebra na produção do grão foi de 101,89 milhões de toneladas, passando de uma previsão inicial de 375,68 milhões de toneladas para 273,79 toneladas.
De acordo com Lucas Galvan, assessor técnico de agricultura da Famasul, mesmo as colheitas tardias vão se beneficiar dos preços melhores. Até agora, não há qualquer indicativo de que o Governo Federal possa interferir no mercado para tentar alterar o preço negociado pelo milho.
O analista de mercado Gilberto Bernardi, em entrevista recente ao MS Rural, avaliou que o preço pago ao produtor se aproxima do valor negociado no porto, aproximadamente R$ 34. A diferença no mercado interno é decorrente dos custos de transporte e corretagem na negociação do grão. Os principais compradores do milho brasileiro são Irã, Taiwan, Marrocos e Coréia do Norte.
Agrodebate..
Autor: Silvia Frias