Solo está com excesso de umidade. Pico da semeadura da oleaginosa deve acontecer nas próximas duas semanas
O clima chuvoso está impedido o avanço no plantio da soja na região, que varia de 2% a 5% dependendo do município. No ano passado, no final do mês de outubro, perto de 30% das áreas destinadas a oleaginosa já haviam sido semeadas pelos produtores rurais. De acordo com o agrônomo da Cooperativa dos Agricultores de Chapada (Coagril), Rudinei Richter, como o solo está com um excesso de umidade serão necessários pelos menos cinco dias de clima seco. "Antes, dificilmente o sojicultor encontrará condições técnicas de levar as máquinas para as lavouras para a realização do plantio", salienta o agrônomo. Mesmo com o índice de sementes, colocadas na terra, estando bem abaixo do registrado na formação da safra passada não há motivos de preocupação por parte dos agricultores.
No mês de outubro as chuvas acumularam uma média de 350 milímetros. No município de Chapada, por exemplo, a quantidade representou um índice de 25% a mais em relação à média registrada para o período. O mês de outubro é considerado o mais chuvoso. "Este ano o plantio será um pouco mais longo porque teremos, ainda, as áreas que houve perdas na cultura do milho que, somente no município, vai representar três mil hectares a mais", disse Richter.
No município, a estimativa é que o plantio se encerre ocupando 40 mil hectares de terra. Em função da frustração da última safra, que foi atingida pela seca prolongada, os produtores apostam na recuperação dos prejuízos, nas lavouras em formação.
Segundo Richter, o pico do plantio deve acontecer entre o início de novembro e final da primeira quinzena do mesmo mês. "Tecnicamente a semeadura pode ser feita até o final de novembro praticamente sem riscos para a produtividade. O problema de comprometimento da quantidade de grão, retirado de uma lavoura, começa a acontecer a partir do mês de dezembro, mas isto não significa que a oleaginosa não pode ser plantada, no final do ano, ou no início do ano seguinte. O risco do plantio muito tardio é a quebra de produtividade", comenta o agrônomo.
Em termos de investimentos, o agrônomo aponta que o sojicultor está aplicando na casa dos R$ 1.200,00 por hectare plantado. "Podemos afirmar que o valor garante uma boa formação das lavouras em ternos de tecnologia de insumos", enfatizou. O agrônomo lembra que a partir do plantio 70% da produtividade está relacionada com o clima. A expectativa é que ocorram chuvas dentro da normalidade até a safra, para que haja uma recuperação dos prejuízos causados na safra 2011/2012. A escolha este ano foi por sementes de ciclo médio.
Alto Uruguai
As geadas que ocorreram no dia 26 de setembro na região causaram prejuízos nas culturas do milho e do trigo. O escritório regional da Emater/RS-Ascar de Erechim estima que 12% da área plantada com milho tenha sido afetada, com necessidade localizada de replantio. Nas lavouras de trigo, a estimativa de perdas é de 10%. Até a semana passada, foram feitos 239 pedidos de Proagro (seguro agrícola) para as culturas de região, entre milho, trigo e videira.
No período entre 8 a 15 de outubro, as temperaturas variaram entre os 8Cº e 26 ºC. O tempo bom permitiu o avanço do plantio das lavouras de milho que está com 90% da área semeada. "Os danos causados pela geada são pontuais e com diferentes níveis de prejuízos dentro da mesma área", observa o assistente técnico regional na área de Culturas da Emater/RS-Ascar, Paulo Silva. Segundo ele, como as lavouras ou partes delas estão sendo replantadas, ainda é cedo para estimar a produtividade das culturas.
O plantio das lavouras de soja deve iniciar na próxima semana, já que o período recomendado pelo zoneamento agrícola inicia a partir do dia 20 de outubro. Na região de Erechim, conforme Paulo Silva, a estimativa da área a ser cultivada com soja para a safra 2012/2013, deve aumentar 5,27% em relação a safra passada quando foram cultivados 347.113 hectares. "Temos uma estimativa inicial de 365.406 hectares para área de cultivo com a soja" adianta Silva.
Diário da Manhã - Passo Fundo
Autor: Redação Passo Fundo / DM