Perdas no campo chegam a 45 mil toneladas de soja
O excesso de umidade durante a colheita da soja já provocou perdas na produção de grãos em Mato Grosso. O prejuízo estimado é de 45 mil toneladas, que representa apenas 0,18% do total produzido pelo estado na safra 12/13, de 24,131 milhões de toneladas. Outro problema são os descontos no bolso do produtor pelo valor do produto pago pelas tradings.
O diretor técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Nery Ribas, explica que alta umidade provoca a irregularidade na maturação da soja gerando problemas sérios de padronização. Segundo ele, com o período chuvoso as máquinas não conseguem entrar nas lavouras. "Os produtores não conseguem pulverizar a lavoura para controlar a ferrugem asiática e o percevejo. É preciso ter muita atenção neste momento", reforça.
Para o setor, os números ainda não representam preocupação, no entanto, devem ser considerados. "As perdas ainda são pequenas, mas os produtores devem ficar atentos ao clima evitando antecipar, neste caso, antecipar colheita do grão", explica o analista do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Cleber Noronha.
A instabilidade do clima em fevereiro pode provocar o atraso na colheita da oleaginosa. Estima que 20% da área de soja já foram colhidas. Para Noronha, os produtores podem adiar as atividades no campo para o próximo mês. Ele ressalta que, diferentemente da soja, o plantio do milho e algodão não devem ser prejudicados. "A chuva é necessária para o desenvolvimento da cultura que está no campo".
O produtor de Santo Antônio do Leste, Osmar Brunetta, já perdeu 1,6 mil hectares do total de oito mil que cultiva na região. "Fomos colhendo o que era possível, mas 70% era grão ardido", relatou. Em parte desta área já está semeando o milho sobre as áreas de soja não colhidas "São mais de 25 dias sem parar de chover, as máquinas não entram na lavoura", disse.
O produtor rural Naildo Lopes, que é coordenador da comissão de Gestão da Produção da Aprosoja e planta em Santa Rita do Trivelato, também já sentiu os efeitos do excesso de chuva. Além de grãos avariados e ardidos, o frete já começa a aumentar. "Estamos colhendo aos poucos e os caminhões estão tirando o que há disponível. O preço do frete é o mesmo com o caminhão lotado ou não", afirmou.
Agrodebate..
Autor: Vívian Lessa