A comitiva brasileira liderada por pelo senador Blairo Maggi (PR/MT), embarcou na última segunda-feira e segue cumprindo agenda oficial até o dia 25, na tentativa de estreitar o canal de comercialização com empresários do gigante asiático e sanar a celeuma dos portos. Nesta semana foram visitados o presidente da Câmara de Comércio de Importação e Exportação de Produtos Alimentares, Bian Zhenhu, ao diretor da Associação Nacional da Indústria Pecuária, Alimentação e Serviço da China, He Xintian, a escritórios de negócios com intuito de discutir o mercado internacional e realizada audiência com o vice-ministro de Agricultura Niu Dun.
Além de demovê-los da ideia de novos cancelamentos, a comitiva busca garantir, junto ao Ministério da Agricultura da China, uma unidade no uso de novas tecnologias para a produção de culturas como milho, soja e algodão. Neste contexto, está a discussão, por exemplo, da liberação das importações da segunda geração de soja transgênica da Monsanto, a Intacta RR2 Pro, que segue sem liberação pela China. Em 2004, os sojicultores mato-grossenses sentiram, especialmente no bolso, o peso de recusas de cargas feitas pela mesma China que na época alegou contaminação com transgênicos. "A China é nosso maior parceiro comercial", defende Fávaro.
Silveira destaca ainda, como impressões dos contatos já feitos, que está bem clara a postura dos chineses em optar cada vez mais pela soja convencional, aquela livre de transgenia.
"São questões de ordem prática. Quando dois países têm relações comerciais desse porte, como Brasil e China, é imperioso que estejam alinhados também na questão da tecnologia. Avançamos lá (Brasil) e muito, e precisamos que aqui o governo chinês reconheça esses mecanismos para que não tenhamos prejudicadas novas opções de tecnologia de produção", frisa Maggi.
Apesar de programas locais de incentivo à produção de soja convencional, Mato Grosso é o estado que mais ampliou o uso de cultivares geneticamente modificadas na safra 2012/13. De forma isolada, responderá pela maior variação individual, com crescimento de 1,7 milhão de hectares, quando comparado com o ano anterior, conforme levantamento divulgado em março pelo Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA).
Da superfície coberta no Estado, a soja é a cultura com a maior presença dos transgênicos. Conforme estimativas do ISAAA, foram cultivados no Estado 7,50 milhões de hectares, dos quais 6,46 milhões, ou, 86,2% da área, receberam cultivares geneticamente modificadas, a maioria com variedades tolerantes a herbicidas (TH).
Diário de Cuiabá
Autor: Marianna Peres