Os embarques de soja no Porto de Paranaguá, que junto com Santos lidera o escoamento de produtos agrícolas do Brasil, têm sido favorecido em abril por um clima mais seco que nos primeiros meses do ano.
O porto do litoral paranaense ficou fechado devido a chuvas por 79 horas somadas, ou pouco mais de 3 dias, ao longo das primeiras três semanas de abril, na comparação com quase 13 dias em março, de acordo com dados fornecidos pela administração do porto nesta terça-feira.
"O mês de abril está dentro de uma normalidade. As chuvas de março não foram nada boas para nós", disse o diretor técnico da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Paulinho Dalmaz. "A gente tem uma esperança que agora firme."
Os porões dos navios não podem ser abertos em caso de precipitação, para não elevar a umidade da carga.
O porto de Paranaguá tem três berços de atracação no chamado Corredor de Exportação, voltado para grãos e operado pelo poder público, e outros dois berços privados que movimentam granéis sólidos que podem incluir também açúcar.
Segundo Dalmaz, na segunda-feira (quando as operações ficaram paradas apenas por 35 minutos) foram carregadas 80 mil toneladas de soja, uma média considerada boa pela administração.
"Nos dias em que não chove temos que explorar o máximo possível (a capacidade instalada)", disse.
Os embarques de soja do Brasil em abril, somando-se todos os portos, já é o maior desde junho do ano passado, informou a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) na segunda-feira. .
As exportações somaram no acumulado das primeiras semanas do mês 4,75 milhões de toneladas, contra 3,53 milhões de toneladas em todo o mês de março e 4,84 milhões de toneladas de junho de 2012.
O aumento em abril acontece após os embarques terem sido prejudicados em março por chuvas e por gargalos logísticos que afetaram a chegada de cargas aos portos.
O Brasil está finalizando a colheita de uma safra recorde de soja, que deverá ultrapassar 80 milhões de toneladas, segundo estimativas do governo e de consultorias privadas. As indústrias do setor projetam exportações recordes da oleaginosa de 38,2 milhões de toneladas na temporada.
No entanto, a capacidade dos portos brasileiros não recebeu investimentos e expansões significativos nos últimos anos.
O diretor do porto de Paranaguá afirma que deverá haver um alongamento do chamado pico de embarques de soja, para que se possa embarcar o volume maior deste ano.
"Até agosto os embarques eram fortes, depois caía. Este ano o pico deve passar de agosto", projetou Dalmaz.
Reuters