Projeções do Mapa para 2022/23 mostram que MT seguirá líder nacional com volume de 51 mi t. Expansão do milho estará sustentada no avanço da produtividade ante incremento de área. Cereal segue protagonista
Mato Grosso seguirá líder na produção nacional de soja e milho na próxima década. A previsão, anunciada na quinta-feira (27) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) projeta um total de 51,68 milhões de toneladas das duas commodities até 2022/23. Neste cenário de longo prazo, a oferta dos grãos atingiria expansão de 26,29%, ou, incremento de 10,76 milhões de toneladas sobre a expectativa da atual safra 2012/13 de contabilizar 40,92 milhões. A evolução seguirá puxada pelo milho, cultura que desde a safra 2011/12 passou a roubar a cena no Estado – e no país – e manterá performance positiva nos próximos dez ciclos.
Nesta década, a produção de grãos no Brasil deve alcançar 222,3 milhões de toneladas, com potencial para chegar a 274,8 milhões. Todos os dados fazem parte do estudo Projeções do Agronegócio 2012/13 a 2022/23, do Mapa. Outro indicador interessante em relação à produção mato-grossense é que a produção do milho – sempre de segunda safra – não apenas superará o incremento de área plantada como também ficará acima do crescimento da soja.
Se os números se confirmaram o milho que na atual safra – em plena colheita no Estado – representa 73,90% da produção de soja, passará a equivaler a quase 75%. Dentro da perspectiva de longo prazo, o milho mato-grossense que nesta safra deve contabilizar 17,39 milhões t, conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), chegaria na safra 2022/23 com 22,12 milhões t, o que na safra atual equivaleria a quase 100% da produção de soja no atual ciclo. A evolução esperada para o grão, nesta comparação é de 27,2%. Para a soja a expansão ficaria em 25,6%, ao passar de 23,53 milhões t para 29,56 milhões.
Em relação à área plantada, o cereal que ocupa 3,38 milhões de hectares passaria a 4,25 milhões, alta de 25,7%. A oleaginosa imprimia uma expansão espacial muito próxima, de 25,3%, ao passar de uma área total de 7,81 milhões de hectares para 9,79 milhões.
Conforme destaca o estudo, em relação à soja, "Mato Grosso deverá perder força no processo de expansão de novas áreas, devido principalmente aos preços de terras no Estado que são mais que o dobro dos preços de terras de lavouras nos estados do Matopiba (FGV - FGVDados). Como os empreendimentos nessas novas regiões compreendem áreas de grande extensão, o preço da terra é um fator decisivo". A projeção nacional aponta para uma perspectiva de produção de soja em grão de 99,2 milhões no país em 2022/23. Se confirmados os números para o Estado e o Brasil, Mato Grosso seguirá a média atual de ofertar cerca de 29% da produção nacional da leguminosa.
Sobre o cereal, o estudo destaca que "Mato Grosso deve liderar nos próximos anos o crescimento da produção de milho. O aumento projetado para a próxima década é de 27,2%, enquanto a área deve aumentar 25,7%. Mas a maior expansão de área deve ocorrer na Bahia, 36% e no Mato Grosso, 25,3%".
Conforme o ministro Antônio Andrade, O mercado interno será o principal fator de crescimento da agropecuária nacional, apesar da perspectiva de aumento das exportações.
DESTAQUE - A produção de cana-de-açúcar deve apresentar expansão em todos os estados considerados importantes nesta cultura. "As maiores expansões de produção devem ocorrer em Goiás, 81,8%, Minas Gerais, 61,2% e Mato Grosso, 27,8%. Nesses estados a cana deve se expandir através da redução de área de outras lavouras e também em áreas de pastagens". No Estado, a produção deve atingir 20,85 milhões t ante a atual previsão de 16,31 milhões.
Diário de Cuiabá
Autor: Marianna Peres