Seara investiu R$ 50 milhões em complexo com potencial para movimentar 4,5 milhões de toneladas de grãos por ano
Paranaguá - Um terminal rodoferroviário construído pela empresa de logística Seara, que tem sede em Sertanópolis (Norte), vai ajudar a ampliar o espaço disponível para estocagem de grãos no Porto de Paranaguá. O complexo já está em operação e tem capacidade de armazenagem para 70 mil toneladas de grãos, distribuídas em sete silos. Até 2014, serão mais dois silos, o que vai elevar a capacidade para 100 mil toneladas.
O volume que a Seara poderá armazenar até o próximo ano é igual à capacidade atual do silo público vertical do porto que hoje permite armazenar 100 mil toneladas. A unidade da empresa tem potencial para movimentar 4,5 milhões de toneladas por ano e recebeu investimentos de R$ 50 milhões, sendo 30% de recursos próprios e o restante financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco Regional de Desenvolvimento Econômico (BRDE).
Para o gerente de operações da Seara, Victor Goltz, o terminal funciona como uma espécie de ''pulmão'' ao permitir a movimentação de grãos mesmo quando chove e também o descarregamento do produto caso os outros terminais estejam lotados. Em Paranaguá, há chuva em cerca de um terço do ano, o que impede as operações no porto e o carregamento de navios.
O terminal está instalado a 5 quilômetros do porto, em uma área de 8,7 mil metros quadrados e conta com locomotiva e 50 vagões para o transporte de grãos até o cais. Para o diretor empresarial da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Lourenço Fregonese, ''o trabalho de melhorar a infraestrutura pública traz confiança para que a iniciativa privada faça seus investimentos em Paranaguá''.
A companhia possui outros três terminais rodoferroviários, em Londrina (900 mil toneladas/ano), Maringá (900 mil toneladas/ano) e Itiquira, no Mato Grosso, com capacidade para 2 milhões de toneladas/ano. O plano de investimento da empresa prevê a construção de um outro terminal, até 2014, em Rondonópolis (MT), para agilizar a exportação de grãos originados naquele estado através do Porto de Santos (SP).
A capacidade estática do terminal de Londrina deve ser ampliada de 70 mil para 100 mil toneladas. A obra terá investimento de R$ 15 milhões e a previsão é que esteja pronta na próxima safra de verão. Como o terminal de Maringá é arrendado, a empresa deve construir um novo que terá operação em março de 2014 em Marialva e que vai movimentar 2 milhões de toneladas por ano.
Segundo Goltz, a empresa também tem interesse em disputar as concessões de novas áreas em Paranaguá que estão previstas dentro da MP dos Portos do governo federal que abre espaço para novos investimentos da iniciativa privada em vários portos do País.
Conforme o gerente da Seara, cerca de 60% da movimentação realizada pela empresa entre as áreas produtoras até o porto acontece por meio do modal ferroviário. A empresa tem, no total, 1.250 vagões operados por funcionários da América Latina Logística (ALL) através de uma parceria entre as duas companhias. O restante do transporte acontece por caminhão. Hoje são 1,4 mil caminhões, sendo 140 próprios e o restante terceirizados. Em Paranaguá, como existe uma interligação com o terminal da ALL que possui cinco silos de 10 mil toneladas cada, é possível fazer a operação concomitante com esta empresa. A Seara atua nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do País.
Folha Web
Autor: Andréa Bertoldi