Nesta quinta-feira (25) se comemora o Dia do Colono no Brasil. Em comemoração, o Portal Agrolink relembra algumas de suas matérias publicadas em homenagem a este pequeno agricultor.
Veja abaixo a matéria especial publicada em 25 de julho de 2011.
Imigração e colonato, uma linha do tempo da agricultura familiar
Desde o estabelecimento das primeiras colônias, a agricultura familiar cresceu e tornou-se ator importante da economia brasileira
por Joana Cavinatto*
Colono, palavra com mais de uma definição, mas que envolve sempre o trabalho no campo. Das pequenas colônias de imigrantes e sistemas de colonato até a atual agricultura familiar, a classe se manteve forte e vem se desenvolvendo cada vez mais.
Oriundos de diversos países, os imigrantes que chegaram no Brasil a partir da abolição da escravatura destinaram-se principalmente à atividade rural. Uma das nacionalidades mais presentes em terras brasileiras foi a italiana, que teve o ápice de desembarques entre 1880 e 1930. Fugidos das guerras e da miséria, muitos viram no Brasil um lugar de bom futuro e esperança.
Os primeiros locais de destino foram nas terras do Sul do país. Agrupados em pequenas colônias quase exclusivamente de italianos, os imigrantes tentavam recriar nas novas terras um pouco da cultura do país de origem ao mesmo tempo que trabalhavam nas lavouras. A principal cultura foi e é até hoje a vitivinicultura.
Com o sucesso da colonização da região Sul, os donos de terras do Sudeste começaram a atrair os imigrantes para suas plantações, principalmente nas de café de São Paulo. Muitos proprietários pagavam a viagem e o imigrante tinha que se propor a trabalhar nas fazendas para devolver o valor da passagem. Entretanto, com o abuso dos empregadores e dívidas cada vez maiores por parte dos colonos, muitos acabavam trabalhando quase como os antigos escravos que antes estavam no mesmo campo.
As colônias, tanto italianas quanto de outras nacionalidades, se espalharam e se consolidaram. Hoje, não mais simples colonos, mas empresários da agricultura familiar, representaram em 2005 cerca de 9% do PIB brasileiro, tendo participação de cerca de 32% do PIB do agronegócio. Com números importantes para a economia brasileira, governos federal e estaduais apóiam o setor com programas de desenvolvimento, pesquisa, assistência técnica e extensão rural através de entidades como Ministério do Desenvolvimento Agrário, Embrapa, Ematers e Sebrae.
Uma das atividades mais fortes é o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que financia projetos que gerem renda aos agricultores familiares. O programa possui baixas taxas de juros dos financiamentos rurais, além das menores taxas de inadimplência entre os sistemas de crédito do país. Outras ações importantes são o Programa Mais Alimentos, ação estruturante que permite investir em modernização e aprimoramento; apoio à criação de agroindústrias pelo Sebrae; Programa Balde Cheio, parceria da Embrapa com as Ematers para qualificar e orientar a produção leiteira; entre outros.
Em 5 de setembro de 1968, o então presidente da República, Marechal Artur da Costa e Silva, instituiu o Dia do Colono, que seria comemorado no dia 25 de julho de cada ano.
Com informações do Ministério do Desenvolvimento Agrário e da Câmara dos Deputados.
*Colaboração de Lucas Amaral
Agrolink