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Uso de agrotóxicos ilegais no País chega a 10%

12/08/2013 08:08
Paraná já apreendeu 1.059 quilos de produtos contrabandeados de janeiro a julho de 2013 Atraídos por valores mais baixos, muitos produtores no País ainda utilizam defensivos falsificados, correndo risco de causar sérios problemas à saúde do aplicador e não alcançar o esperado controle de pragas e doenças devido à baixa qualidade desses agroquímicos. Além disso, o uso de produtos que não são originais ainda pode trazer prejuízos à economia brasileira por causa da arrecadação de impostos. De acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag), em torno de 10% dos produtos utilizados no Brasil são contrabandeados e/ou falsificados. De janeiro a julho deste ano, a Polícia Federal (PF) apreendeu 19,5 toneladas de defensivos agrícolas contrabandeados. No acumulado de 2001 a 2013, o número de apreensões chega a 481,2 toneladas. Segundo o gerente de produtos do Sindag, Fernando Marini, esse volume é muito alto. A maioria desses produtos é proveniente do Paraguai e Uruguai. Na lista de apreensões, o Paraná segue em quinto lugar. De janeiro a julho de 2013 foram apreendidos 1.059 quilos de produtos contrabandeados no Estado, o suficiente para pulverizar uma área de 6 milhões de hectares. Em 2012, o número de apreensões em território paranaense até dezembro chegou a 3,2 mil quilos. Nos seis primeiros meses de 2013, os estados que mais apreenderam produtos ilegais foram: Rio Grande do Sul (8.568 kg), Minas Gerais (4.446 kg), Mato Grosso (3.686 kg) e São Paulo (1.160 kg). Para combater esse tipo de crime, a Polícia Federal vem atuando com operações em parceria com a Interpol. De 2005 a 2012, por exemplo, foram realizadas 46 ações em todo o País para combater o crime organizado. Em multas, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) aplicou nesse mesmo período um total de R$ 20 milhões. Além das operações e penalidades financeiras, Marini acredita que a informação e a conscientização são ferramentas indispensáveis para reduzir o uso de produtos piratas. Segundo ele, seminários e palestras para policiais, autoridades locais, alunos de escolas urbanas e rurais podem ajudar no combate ao contrabando. Para Marini, a pena para quem comercializa esse tipo de produto, que é de quatro anos de prisão, é muito baixa. "É necessário aumentar", opina. Consequências O gerente do Sindag afirma que a maioria dos produtos paraguaios comercializados no País vem da China e que somente os inseticidas são provenientes da Índia. "Os produtos entram legais no Paraguai e são comercializados ilegalmente no Brasil. Existem empresas paraguaias que só fazem contrabando", destaca o especialista do Sindag. Ele observa que o agricultor que adquirir esse tipo de produto, além de estar cometendo um crime, pode colocar toda a sua produção em risco. Marini explica que o produtor que compra defensivos contrabandeados não tem como negociar caso tenha perdas. "Ou seja, se o produto não der resultados, ele vai ter que pagar de qualquer jeito. Se reclamar, ele sofre ameaças", lamenta o gerente. Marini completa que o uso de um produto legal permite ao produtor negociar o pagamento desse material. Folha de Londrina Autor: Ricardo Maia