Paraná teve uma área segurada de 462 mil hectares e valor de subvenção acima de R$ 42 milhões no primeiro semestre
Proteger-se dos riscos causados pelas adversidades climáticas é primordial para o produtor e neste momento de cálculo dos prejuízos com as chuvas excessivas de junho e as geadas, aqueles que possuem seguro rural precisam tomar as medidas adequadas para recuperar o capital investido em sua lavoura. Geralmente, os produtores contratam este serviço através de dois mecanismos: o seguro agrícola privado, que conta com subvenção do governo federal e é realizado através de seguradoras, e o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), para aqueles que utilizam recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) ou Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), e obrigatoriamente precisam aderir ao seguro junto a uma instituição financeira.
Apesar de todas as adversidades enfrentadas no campo, ainda há muitos produtores paranaenses - por volta de 40% - que não possuem nenhum tipo de proteção. Pelos dados da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), o número de contrações de seguro entre produtores de milho safrinha e trigo, duas das principais culturas afetadas pela geada, foram altos nesta safra (veja o box). Já boa parte dos produtores de café do Estado estão descobertos.
Para aqueles que enfrentaram as intempéries e possuem seguro, a primeira medida é avisar o agente financeiro ou a seguradora para que seja realizada uma avaliação preliminar das perdas. O perito vai até a propriedade e verifica tudo o que aconteceu na lavoura. Outro ponto importante é ter em mãos todas as notas fiscais de compras de insumos, sementes, adubos e tecnologia aplicada para a conferência.
"São duas ou três visitas. O produtor deverá, então, assinar um laudo que concorda com a avaliação do banco. Caso ele considere que as suas perdas foram maiores que as determinadas no documento, ele pode não concordar com o laudo, o que gerará uma nova perícia", explica o economista da Faep, Pedro Loyola.
Um caso recorrente e que pode fazer com que o produtor perca seu direito ao seguro é não requisitar a última perícia antes da colheita, o que é obrigatório, independentemente da modalidade adquirida. Essa vistoria final das perdas deve ser realizada antes que o agricultor entre em campo com a máquina para a colheita. Para isso, o ideal é que ele avise a instituição financeira com pelo menos dez dias de antecedência, já que há um risco do perito não poder ir devido aos muitos requisitos de uma região atingida. "Já presenciamos diversos casos em que o produtor não espera a seguradora e acaba colhendo. Caso isso aconteça, ele perde o seguro. É necessário que o banco libere a área para a colheita", salienta Loyola.
No Paraná, existe ainda uma expectativa de novos eventos climáticos que podem prejudicar as lavouras, principalmente do trigo e café. Caso a propriedade seja atingida novamente, o economista da Faep relata que é necessário acionar a seguradora pela segunda vez. "No caso de um novo evento climático, com agravamento das perdas, é preciso chamá-los de novo para evitar prejuízos maiores", completa.
Geada
Os produtores paranaenses, principalmente de hortaliças, voltaram a sofrer com uma geada de fraca intensidade na região de Londrina. Na madrugada de quinta-feira (15), a temperatura de relva nas baixadas e fundos de vales chegou a -2,6ºC e, nos abrigos (acima de 1,5 metro do solo), 3,4º C. Os números são do departamento de agrometeorologia do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). Como análise comparativa, a geada mais forte que aconteceu no Estado, no dia 24 de julho, atingiu temperatura de relva de -5,4º C e 0,6º C no abrigo.
Folha Web
Autor: Victor Lopes