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MT: Descaso e negligência aumentaram casos de nematoides

21/08/2013 10:08
O aumento das populações de nematoides nas lavouras tem provocado grandes perdas a muitos produtores. As causas do crescimento populacional de algumas espécies e as alternativas para a redução dos prejuízos estão sendo discutidas no XXXI Congresso Brasileiro de Nematologia, que começou no dia 19 e segue até o dia 22, no Cenarium Rural, em Cuiabá (MT). De acordo com os pesquisadores, sistemas de produção baseados em monocultura ou na sucessão contínua de culturas hospedeiras contribuíram para o aumento considerável das populações de espécies de fitonematoides que causam queda de rendimento da planta e perdas de produção. No Brasil quatro grupos de fitonematoides se destacam devido aos danos causados: nematoides de galha (Meloidogyne sp.), de cisto (Heterodera sp.), reniformes (Rotylenchulus sp.) e das lesões radiculares (Pratylenchus sp.). "Os nematoides são preocupações constantes na agricultura. Por eles serem parasitas de raiz, normalmente são negligenciados. É provável que você já tenha ele na sua propriedade. A população vai aumentando e você não percebe. De repente, a planta começa a diminuir um pouquinho o porte e a produção, até que o problema se intensifica. Só aí se busca ajuda", explica o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Guilherme Asmus. De acordo com o pesquisador, que apresentou um histórico da evolução das populações de fitonematoides no Cerrado, muitas vezes os sintomas dos danos causados por estes vermes são confundidos com o de outras causas, como a compactação do solo e a deficiência mineral, o que dificulta ainda mais o controle. PRATYLENCHUS - Pesquisas mostram que em Mato Grosso foi identificada a ocorrência de nematoide de galhas em 23% das lavouras de soja, de cisto em 35%, reniforme em 4% e das lesões radiculares em 96%. Segundo o professor da Esalq, Mário Inomoto, houve certo descaso por parte de pesquisadores. Sem cultivares com resistência a este verme, hospedeiro de plantas como soja, milho, algodão e braquiárias, medidas mais drásticas são necessárias para controlá-lo. "A técnica mais efetiva é a sucessão ou rotação com crotalária spectabilis ou crotalaria ochroleuca. Isto exige um sacrifício do agricultor. Ao invés do milho ele planta a crotalária spectabilis que não dá renda. Ela diminui a população de nematoides, o que é positivo, e, sendo um adubo verde, aumenta a quantidade de nitrogênio no solo". Diário de Cuiabá