Trajetos em meio à natureza, passando por propriedades rurais e destinos que muitas vezes fogem do radar dos turistas dão o tom das Caminhadas Internacionais na Natureza, que já têm 160 circuitos confirmados neste ano no Paraná. O Instituto de Desenvolvimento Rural-Iapar-Emater divulgou o calendário 2020 dos eventos, com roteiros em todo o Estado que incluem caminhadas diurnas, noturnas, rotas de cicloturismo e até remada. Em Rio Bonito do Iguaçu, de acordo com calendário divulgado, o circuito Caminho da Reforma Agrária, será dia 19 de abril
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Desde a primeira rota, organizada em 2005 em São Miguel do Iguaçu (Oeste), as Caminhadas na Natureza ganharam terreno no Paraná. No ano passado, aproximadamente 70 mil caminhantes participaram dos passeios. O Estado também concentra mais da metade dos cerca de 300 circuitos brasileiros catalogados pela Anda Brasil, a Confederação Brasileira de Esportes Populares, Caminhadas na Natureza e Inclusão Social.
A prática surgiu na França em meados do século 20 para incrementar a economia em regiões rurais arrasadas pela Segunda Guerra Mundial e se alastrou pelo mundo não só como atividade esportiva, mas também valorizando o turismo rural.
Em muitos locais, a comunidade prepara um café da manhã para o início do trajeto e um almoço no final, feitos com produtos caseiros, típicos de cada região. Os agricultores também podem vender o que é produzido em sua propriedade, como frutas, verduras, queijos, compotas, geleias e produtos artesanais.
CIRCUITOS – As caminhadas têm em média 10 quilômetros, com percursos que levam em torno de quatro horas. Os caminhantes são orientados a irem com roupas e calçados apropriados, a se manterem hidratados e a não deixarem lixo pelo caminho. Os roteiros do cicloturismo são mais longos e exigem que os participantes usem a própria bicicleta.
De acordo com Terezinha, cada circuito é único, construído a partir da cultura local e levando em conta a história da cidade ou daquela localidade. Alguns passam por dentro de propriedades rurais, por trilhas no meio da mata, e outros seguem por caminhos com grande apelo turístico, como o Cânion Guartelá (29/11), em Tibagi.
São opções para todos os gostos, desde cachoeiras até praias. Tem o Circuito Brisa do Mar (22/3), em Pontal do Paraná; a caminhada noturna Luar do Purunã (04/04), em Balsa Nova; o Caminho da Reforma Agrária (19/04), em Rio Bonito do Iguaçu; e a Caminhada de Cata ao Pinhão (31/05), em Pinhão.
Destaque também para os circuitos que passam por lugares históricos ou por colônias que mostram o roteiro da imigração do Paraná. É o caso dos Caminhos de Peabiru (26/04), parte do trecho paranaense, localizado em Peabiru, de uma antiga rota utilizada por indígenas antes da chegada dos colonizadores europeus, e que ligava o litoral brasileiro à região dos Andes, no Peru.
Em Quatro Barras, o roteiro dos Jesuítas do Paraná (02/08) percorre caminhos construídos no século 17, que ligavam Curitiba ao Litoral e eram muito utilizados por caçadores, mineradores, indígenas e jesuítas. Há, ainda, o Circuito Italiano (03/05), em Colombo; das Colônias Polonesas (25/04), em Campo Largo; a Pedalada dos Caminhos dos Eslavos (10/05), em Fazenda Rio Grande, e muitos outros.
É importante ficar de olho no calendário, já que os circuitos exigem inscrição prévia.
ORGANIZAÇÃO – Responsável pela implantação das Caminhadas na Natureza no Estado, o Instituto de Desenvolvimento Rural-Iapar-Emater vai aprimorar, neste ano, as metodologias das Caminhadas na Natureza para valorizar ainda mais o turismo rural. A idéia é promover oficinas com os municípios, agricultores e organizadores para tirar mais proveito do potencial econômico da prática e profissionalizar a venda de produtos.
Também estão sendo preparados roteiros voltados especificamente para atividades da agricultura familiar, como rotas do queijo, do café, de flores e de frutas, que têm foco no turismo de experiência e na imersão nas propriedades rurais. Estão previstas, ainda, a criação de circuitos permanentes de caminhadas no Paraná, a exemplo do Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha.