por Leonardo Gottems
A FecoAgro/RS (Federação das Cooperativas Agropecuárias) enviou oficio ao Ministro da Agricultura e da Casa Civil do governo Dilma reclamando da liberação para importação de mais 600 mil toneladas de trigo em grão sem a cobrança da alíquota de 10% de "imposto para terceiros mercados". Com isso, o volume autorizado para compra de trigo estrangeiro totaliza nada menos que 3,3 milhões de toneladas em 2013.
"Apesar de nossa indignação e contrariedade, fomos novamente surpreendidos com mais uma alteração na TEC. Uma medida ao nosso ver inaceitável, em função de que há várias safras, as cooperativas, e produtores lutam pelo fortalecimento e valorização da produção nacional de trigo. Esta medida só vem prejudicar o produtor gaúcho pelo fato de que estamos em plena colheita e comercialização do cereal", reclama a entidade no documento assinado pelo presidente Rui Polidoro Pinto.
Na avaliação da FecoAgro, o trigo importado com alíquota zerada faz "concorrência desleal com o trigo gaúcho e nacional. Já sofremos com outros fatores como a logística cara para colocar nosso trigo no mercado nacional, além da tributação que faz com que o trigo produzido no Rio Grande do Sul seja preterido no mercado interno pelo trigo importado e agora mais uma vez é retirada a TEC reduzindo a nossa competitividade".
"Não aceitamos que o produtor seja penalizado com medidas que muda as regra do jogo em pleno andamento da safra. Portanto, não aceitamos esta decisão nefasta ao setor produtivo, até que toda safra gaúcha e brasileira seja vendida na sua totalidade. O trigo não pode servir de moeda de troca em negociações internacionais. Há anos os produtores e suas cooperativas lutam para valorizar a produção nacional e agora recebem essa afronta, contrariando o bom senso e principalmente prejudicando o produtor de trigo em nosso país, que enfrenta a cada safra elevado grau de risco no decorrer do ciclo produtivo", reclama a entidade.
Os produtores solicitam no ofício "a revogação imediata da Resolução nº 90 aprovada pela Camex". "Senhor Ministro, esta medida é intempestiva e prejudicará toda cadeia produtiva de trigo no Brasil, portanto sua extinção imediata é extremamente necessária para que o Brasil continue produzindo trigo no futuro sem comprometer a segurança alimentar e a renda dos produtores", conclui.
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Autor: Leonardo Gottems