Em 2013, a média da saca do grão no Paraná foi de R$ 132,36 contra R$ 95,72 em 2012, o que representou uma alta de 38,27%
Curitiba - O produtor paranaense começou o ano com o preço do feijão valorizado. Em janeiro, o valor da saca de 60 quilos da leguminosa no Estado está em média a R$ 128, valor 10% maior que no mesmo mês do ano passado, quando o agricultor recebia R$ 116,38 pela saca. Fatores climáticos como frio e chuva em 2013 foram os principais motivos que contribuíram para a elevação do preço deste grão, já que a oferta do produto sofreu redução.
Em 2013, a média de valor da saca no Paraná foi de R$ 132,36 contra R$ 95,72 em 2012, o que representou uma alta de 38,27%. O economista do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab), Marcelo Garrido, explicou que, em 2013, o preço do feijão foi bom em função da quebra de safra que ocorreu em todos os estados produtores. ‘’Houve redução na oferta de feijão e o preço continuou alto’’, disse. Em junho de 2013, o feijão chegou a um pico de R$ 143 a saca.
Ele destacou que o consumo anual no País é de 3,4 milhões de toneladas, enquanto a produção atinge 3 milhões de toneladas. De acordo com Garrido, o comportamento dos preços nos próximos meses vai depender muito de fatores climáticos. Caso ocorram muitas chuvas, pode trazer perda de qualidade para o produto.
O consumidor também sente no bolso o aumento deste alimento. Em janeiro de 2013, o quilo do produto era vendido por R$ 3,75 no Paraná e em dezembro subiu para R$ 4,06, o que significa uma alta de 8,26%. A média de preço para o consumidor final em 2012 era R$ 3,16 e, no ano passado, foi de R$ 3,94, de acordo com dados do Deral.
O economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Fabiano Camargo da Silva, disse que no ano passado, a pesquisa da Cesta Básica para Curitiba apontou alta de 21% no feijão em função de fatores climáticos e baixos estoques. Ele acredita que seja provável que o aumento do produto continue nos primeiros meses deste ano.
O Deral apontou que a primeira safra de feijão do Estado deve ser de 434 mil toneladas ou 32% a mais que na safra anterior. A área plantada é de 239 mil hectares e, portanto, 12% maior. Esta safra já está 45% colhida e deve atingir os 100% até o começo de março.
A segunda safra tem previsão de produção de 520 mil toneladas ou 53% a mais em relação à safra anterior. A área plantada deve ser de 271 mil hectares, cerca de 3% a mais. Garrido explicou que como houve quebra na segunda safra do ano passado, neste ano, a produção deve ser bem superior. A colheita desta safra acontece entre o final de março e o mês de abril.
Andréa Bertoldi