Os resultados dos trabalhos, publicados na revista científica britânica Nature, indicam que em mais de 400 tipos de árvores estudados, são os espécimes mais velhos e, portanto, os maiores de cada espécie os que crescem mais rápido e que, consequentemente, absorvem mais CO2.
Estes cientistas contradizem o postulado segundo o qual as árvores velhas contribuiriam menos na luta contra o aquecimento global.
"É como se para os humanos, o crescimento se acelerasse depois da adolescência ao invés de se retardar", explicou para a AFP Nathan Stephenson, um dos autores deste trabalho.
As árvores absorvem da atmosfera o CO2, principal gás causador do efeito estufa, responsável pelo aquecimento global, e o armazenam em seus troncos, seus galhos e suas folhas.
As florestas desempenham, assim, um papel de reservatórios de carbono, mas até que ponto elas retardariam o aquecimento é um assunto em aberto.
"Já sabemos que as florestas antigas estocam mais carbono do que as florestas mais jovens", explicou Nathan Stephenson. Mas, prosseguiu o pesquisador, "as florestas antigas têm árvores de todos os tamanhos e não está claro quais cresceram mais rápido, capturando assim a maior quantidade de dióxido de carbono".
Este estudo dá uma resposta clara a esta questão: "para reduzir o dióxido de carbono presente na atmosfera, é melhor ter árvores grandes (ndr: e, portanto, antigas)", resumiu o cientista.
"Este conhecimento vai nos permitir melhorar nossos modelos para prever como as mudanças climáticas e as florestas interagem", ressaltou Nathan Stephenson.
Cerca de quarenta cientistas participaram deste estudo, que analisou os dados dos últimos 80 anos de 670.000 árvores de 403 espécies diferentes existentes em todos os continentes.