As perdas nas lavouras de soja e milho do Paraná ultrapassam 2 milhões de toneladas, conforme balanço divulgado nesta terça-feira (25.02) pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado (Seab). O volume refere-se somente à quebra na produção de soja, disse o secretário Norberto Ortigara. No caso do milho, o prejuízo é menos expressivo e soma 100 mil toneladas. O órgão acredita, no entanto, que a redução na safra de grãos 2013/14 pode ser ainda maior e chegar a 2,5 milhões de toneladas para os dois grãos.
Isso porque as chuvas que caíram nas últimas semanas não foram suficientes para reverter o déficit hídrico no solo em boa parte das regiões produtoras paranaenses. A redução na previsão de colheita do estado se deve ao calor excessivo e a falta de chuvas registrados especialmente no início deste ano. “Em algumas fazendas, as temperaturas chegaram a 70ºC”, lembrou Ortigara. Segundo o secretário, a região Norte foi a mais castigada pelo clima neste ano. Em Cornélio Procópio, por exemplo, a quebra foi de 50% no potencial produtivo da oleaginosa.
Cálculo do Agronegócio Gazeta do Povo (AgroGP) indica que o prejuízo financeiro na soja deve somar R$ 2 bilhões, considerando a perda anunciada pela Seab e os preços atuais do produto praticados no mercado — R$ 60 por saca de 60 quilos. No milho, a quebra deve ficar acima de R$ 33 milhões, já que os preços do cereal estão em torno de R$ 20 por saca.
A Expedição Safra Gazeta do Povo, que há oito anos monitora a intenção de plantio, desenvolvimento das plantações e a colheita dos grãos nos principais estados agrícolas brasileiros, está em campo conferindo os resultados da temporada 2013/14.
Na semana após o carnaval, um novo indicador de safra para o Paraná será lançado pela Expedição. Segundo maior produtor nacional de grãos, o estado pretendia colher 16,48 milhões de toneladas de soja e 5,6 milhões de toneladas de milho neste ciclo, conforme a Seab.