“Mais gente deixando o campo significa mais demanda por comida.” É o que aponta o especialista João Antonio Lapolli, titular da área de Riscos e Mercado do Banco Cooperativo Sicredi, de Porto Alegre, em palestra na ExpoLondrina.
De acordo com ele, a demanda mundial por alimentos – em especial derivados de soja (farelo e óleo) - continua firme e em crescimento. Ele lembra que a maior parte da população global já reside em centros urbanos, processo que se verifica, inclusive, na China, onde pelo menos metade dos habitantes já se mudou para as cidades.
Nos últimos seis anos, para se ter ideia, a China aumentou em 31% a demanda por óleos vegetais, enquanto a expansão na Índia, outro país populoso, foi de 6%. “Se os chineses aumentarem o consumo em apenas um litro de óleo de soja por habitante ao ano, isto vai beneficiar países produtores como o Brasil”, disse ele no evento, organizado pela Sicredi União PR/SP e a Cocamar Cooperativa Agroindustrial.
A China importa atualmente mais de 70 milhões de toneladas de soja e derivados, e isto contribui para equilibrar o mercado e sustentar as cotações. Por outro lado, os estoques de soja nos Estados Unidos ainda são considerados baixos, fator que também ajuda a manter as cotações em níveis razoáveis.
Lapolli destaca ainda que a Ucrânia desponta como estratégica na oferta mundial de grãos. Apesar dos graves problemas internos pelos quais vem passando, o país é um importante produtor de grãos (milho e trigo) e tem potencial para se tornar também, em breve, um dos atores do concorrido mercado de soja, atualmente nas mãos de poucos – Estados Unidos, Brasil, Argentina e Paraguai.
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Autor: Leonardo Gottems